De um lado, são corpo.
Dormem, caçam, brincam, pedem comida.
São pele, músculo, instinto.
De outro, parecem atravessar fronteiras invisíveis.
Olham para o nada, perseguem o que não vemos, descansam como quem visita outros planos.
Talvez seja por isso que tanta gente sente: um gato nunca está só aqui.
Eles transitam entre o concreto e o sutil.
Nos lembram que nós não somos apenas matéria, mas emoção, memória, espírito.
Quando deitamos perto deles, às vezes é como entrar em outro estado de consciência.
Respiração mais lenta, silêncio mais profundo.
Gatos são guias do invisível.
Não para nos mostrar respostas prontas, mas para nos ensinar a confiar no mistério.
Conviver com um gato é aceitar que há camadas da vida que não se explicam, apenas se sentem.
No fundo, eles não pertencem só à nossa casa. Eles pertencem também ao desconhecido. E é isso que os torna tão fascinantes!